6.5.13

Caminhos

Qual o tamanho do mistério que podemos suportar?
O mundo é regido por falsas certezas e por dores verdadeiras. Nos baseamos onde sentimos mais identificação. Nem sempre queremos sorrir, nem sempre chorar.
Decidimos o caminho da escolha por instinto. A forma que nos encontramos no momento definirá sempre os segundos seguintes, como uma caminhada em um bosque que nos oferece duas passagens.
Uma delas nos levará à beira do rio, com ventos frios, para enxergarmos a margem além da água que não podemos atingir.
A outra nos leva até a mata fechada, cheia de desvios, galhos secos na altura dos olhos, animais perigosos e pouca visão.
Nenhuma delas nos conduzirá a nada, a lugar nenhum, se não tivermos como abrir uma lareira ou uma canoa para nos conduzir mais longe.
A vida é um mistério raso. Profundo e raso. Podemos nos afogar ou nos enxergar.
Abrimos os olhos todos os dias sem conhecer o que há.
Andamos pelas ruas pensando que sabemos.
Não sabemos nada, a não ser a certeza do segundo seguinte, que nos concederá um passo a mais.
E passo a passo seguimos nossa desconhecida existência, para o nosso sempre.