13.3.13

Mera diferença


Não acredito que tenhamos que nos adaptar a alguma coisa ruim, passageira. Para mim isso não envolve adaptação. É melhor colocado como algo que devamos suportar.
Pensando nisso hoje (com motivos para chegar a essa linha de pensamento) percebi que podemos nos adaptar a uma perda, a uma dor constante, a um uso rotineiro, como óculos, cadeira de rodas, pois são coisas incrustadas em nossa vida, na qual seja o que for não poderemos simplesmente nos livrarmos delas.
Vizinhos chatos, chefes odiosos, colegas de trabalho inúteis e causadores de transtorno são meros ventos empoeirados que passam, e vão embora. Nós só temos de fechar os olhos e esperar a poeira se dissipar, não sendo necessário nos adaptarmos a ela.
Esta é a melhor forma de tratar das coisas que povoam nosso cotidiano recheado de receios, medos e inseguranças. Temos de ter a consciência de que o que não queremos para nossa vida, é simplesmente passageiro, se vai.
Se enxergássemos mais desta forma sofreríamos menos, porém a ansiedade de transformar o agora nos agonia, pois não é humano querer o depois, e se contentar com isso. Por mais que tenhamos uma certeza de um futuro mais acolhedor e seguro, nos apegamos ao amargo e sempre instável presente.
É o que somos. Sem mais.

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